O episódio de hoje pode ser ouvido aqui. Clique neste link para ouvi-lo no Spotify for Creators.
Este é João Kléber e um de seus bordões:
Sobre o teste de fidelidade
Eu não fazia ideia, mas o Teste de Fidelidade acabou virando um programa TODO por si só! Mas tem restrição de idade, então não dá pra eu colocar aqui. Clique neste link para vê-lo no YouTube.
De longe é o mais bem-sucedido quadro desse apresentador, o que pode ser triste ou interessante, a depender do seu ponto de vista.
A transcrição desta semana é automática e não passou por revisão humana (o Antônio tá ocupado com outros projetos). Então, se vir alguma imprecisão, me diga nos comentários, assim posso arranjar logo :-)
Transcrição completa, automatizada e não revisada:
Orador 1 (00:01)
O que eu vou dizer pra você não é unanimidade, ou seja, não é algo que todos os brasileiros conheçam ou concordem com essa coisa, mas muitos brasileiros reconhecem imediatamente de quem a gente está falando se você disser o seguinte, peraí, parou, parou, parou, parou, Só isso. Qualquer pessoa que tenha assistido bastante à televisão aberta, aqui no Brasil vai saber que essa frase é um bordão do apresentador João Kleber, que é um apresentador não tão popular assim, mas por vários motivos. E, antes de eu continuar, anote aí, porque um bordão é uma frase que é sempre utilizada por uma pessoa e, normalmente, é uma frase de efeito. E, na maior parte das vezes, quando uma pessoa usa um bordão, ela, na verdade, usa demais. É quase um vício de linguagem.
Orador 1 (01:10)
E, no caso do João Kleber, é um bordão que também é parte da identidade dele. O João Kleber é um radialista. Como eu disse, quem conhece ele do programa mais recente, de 2016, não sabe que ele é um pouco antigo.
Orador 1 (01:38)
Então vamos lá. quem é João Kleber e porque você precisa saber quem ele é. Na verdade, você não precisa saber quem o João Kleber é, mas se você quiser saber, você vai ter mais conhecimentos do porquê que o Brasil gosta tanto do tipo de humor e entretenimento que o João Kleber representa. Na verdade, ele começou lá atrás, em 1977. Eu não nasci em 77, eu nasci em 88, mas eu tenho pessoas da minha família que nasceram um pouco antes daquilo e elas diziam que não conheciam muito o João Kleber antes, na rádio.
Orador 1 (02:24)
Até porque o rádio hoje não representa lá um meio de comunicação muito comum para todo mundo. Mas ele começou na década de 1970 e ganhou notoriedade mesmo nos anos de 1980. Como? Ele foi um jurado no Cassino do Chacrinha. E aí, agora eu tenho que fazer uma pequena pausa.
Orador 1 (02:50)
Uma pequena divagação, melhor dizendo, porque a gente vai entrar aqui na toca do coelho. Vamos entrar cada vez mais fundo no submundo da cultura televisiva brasileira.
Orador 1 (03:09)
O Chacrinha, o que você precisa saber dele, foi um apresentador muito popular aqui no Brasil, e até hoje muitas pessoas ainda se lembram dele. Ele tinha esse programa, Cassino do Chacrinha, que era um programa de entretenimento e variedades, e também tinha alguns concursos, concursos de canto, dança, música, coisas do tipo. E o Chacrinha, ele não aparecia na sua tela, ele basicamente explodia, era pum, pum, na sua tela, porque as roupas dele eram para chamar a atenção, o jeito dele se comunicar era para chamar a atenção. Ele era muito exagerado. Algumas pessoas diriam até que ele era escrachado, que é uma palavrinha muito boa, que a gente usa para dizer que algo é muito evidente, é muito óbvio e também um pouquinho indecente.
Orador 1 (04:14)
Então, a gente tem um humor muito escrachado com o Chacrinha. E se você quiser outra palavra muito comum também que os brasileiros usam, é que é esculachado. Que tem basicamente o mesmo sentido. Que o Chacrinha realmente era muito esculachado. Mas, voltando, é só para você saber de que tipo de programa o João Kleber pegou inspiração para os próprios programas.
Orador 1 (04:48)
Depois de trabalhar com o Chacrinha, o John Kleber fez um ou outro trabalho na televisão, mas ele ficou muito conhecido mesmo, ali no começo dos anos 2000, por um programa um pouco, como eu posso dizer, por um quadro, na verdade, um pouco controverso, que era o teste de fidelidade.
Orador 1 (05:18)
Eu não vou dizer, imagine que você está nessa situação, porque seria até um desrespeito com você. Mas imagine a seguinte situação. Nós temos um casal típico, heterossexual, o homem e a mulher estão lá casados, certo? Mas o homem está com a pulga atrás da orelha, ou seja, o homem está desconfiando da esposa. Todos os dias ela está com um sorriso diferente, ela vai visitar uma amiga e não volta muito cedo, ela às vezes aparece com marcas no corpo e o marido fica, algo não me cheira bem.
Orador 1 (06:00)
A solução de pessoas que fazem psicoterapia e que estão de bem com a vida é sentar e conversar. Elas provavelmente vão ter uma DR, que é uma discussão do relacionamento. Vão se sentar ali e dizer, olha meu amor, eu estou com umas ideias, eu estou pensando nisso e queria saber se isso é verdade ou não. Pode abrir o jogo, ou seja, pode ser sincera e me dizer o que acontece. E aqui pega essa expressão, tá?
Orador 1 (06:30)
Abrir o jogo. E abrir o jogo é o que ela faria se fosse, como eu disse, uma relação normal. Mas nem toda relação é muito sã, é muito saudável. Então o que o marido faz? Ele procura um programa de televisão que vai fazer uma exposição total do relacionamento dele.
Orador 1 (06:56)
O programa de televisão vai contratar um ator e esse ator vai seduzir a esposa do marido, e se ele conseguir seduzir, vai mostrar que ela não é fiel.
Orador 1 (07:13)
Ai, ai, ai, eu não posso nem contar quantas vezes esse programa, esse quadro trouxe confusão, por vários motivos que eu vou contar um pouco mais agora.
Orador 1 (07:32)
Bom, o motivo mais óbvio é que nem todo casal que chegava ali estava com uma relação lá muito firme. Então, às vezes acontecia de o relacionamento já estar ali sofrendo um pouco, aos trancos e barrancos, ou seja, com muita dificuldade. Anota aí, tá? Aos trancos e barrancos. E aí, quando chegava um elemento que o ator era sempre muito bonito, era um cara fortão, gostosão, ele seduzia a esposa e a esposa, ela cedia.
Orador 1 (08:09)
Então, acontecia de o cara virar corno. ali na televisão mesmo. E eu tenho aqui uma observação. Tinha o teste de fidelidade tanto para o homem quanto para a mulher. As atrizes também eram muito bonitas.
Orador 1 (08:25)
Inclusive, é uma coisa conhecida, alguns desses atores eram envolvidos em filmes porno. E isso vai ser um assunto de outro episódio de Português Cultural, porque, como eu disse, faz parte do submundo cultural do Brasil. Mas... Ah, e uma pequena observação. Corno, aqui no Brasil, é uma pessoa que foi traída.
Orador 1 (08:53)
O par romântico dessa pessoa, geralmente o marido ou a esposa, traiu essa pessoa. Então, agora ele é corno ou ela é corna. E corno vem de chifre, porque a gente diz que o boi tem chifres porque a vaca fica com vários bois. É uma história longa, mas basta você saber que o corno é uma palavra bem pejorativa, bem negativa. Então, essa era a primeira polêmica.
Orador 1 (09:19)
O cara chegava ali na televisão todo machão querendo descobrir. Eu quero ver se minha mulher é mesmo fiel para mim, se ela é fiel comigo. E aí eu via que era corno, de repente dava aquela briga na televisão, porque estavam o marido e a esposa ao mesmo tempo assistindo o teste de fidelidade lá no palco do programa do João Kleber.
Orador 1 (09:48)
O outro ponto que também era controverso eram justamente os atores. O ator e a atriz tinham participado de filmes pornôs, como eu disse. Eu não me lembro se a atriz tinha participado. O ator eu acho que tinha porque tinha uma empresa. que se chamava Brasileirinhas, aqui no Brasil, ou melhor, um estúdio de cinema underground, por assim dizer, que se chamava Brasileirinhas, e esse ator era um ícone dessa empresa.
Orador 1 (10:19)
Se você me perguntar, mas, Eli, como é que você sabe de tudo isso? Eu estudei. E tem uma série de documentários sobre a Brasileirinhas, porque Eles foram muito populares aqui no Brasil na década de 90 e até hoje ainda existem.
Orador 1 (10:46)
Aí agora voltamos para o João Kleber, porque como eu disse, ele teve vários programas, mas o programa que consolidou a carreira dele, na mente de muitos brasileiros que o assistiram ali no ano 2000 e tanto, 2002, 2003, 2004, por aí, foi justamente o teste de fidelidade. Ele tinha outros tipos de coisa também no programa dele, como as pegadinhas, que eram brincadeiras, muitas vezes de mau gosto, feitas com pessoas que não sabiam o que estava acontecendo. Eu me lembro que tinha um ator, era um ator meio robusto, carequinha, meio entroncado, é a palavra que a gente usaria para descrever esse homem, como um tronco de árvore. Ele era entroncado e, quando alguém fazia alguma coisa, reclamava da brincadeira que ele fazia, ele dizia, o quê, o quê, o quê, o quê, rapaz? desse jeito, para dizer qual é o teu problema, você acha que eu sou maluco?
Orador 1 (11:48)
Eu vou me vingar de você. Mas eram brincadeiras, como eu disse, de mau gosto. Lá na transcrição desse episódio, eu vou deixar alguns links para você ver, tanto um teste de fidelidade, quanto algumas das pegadinhas do João Kleber, que até hoje, entre algumas pessoas, para algumas pessoas aqui no Brasil, continuam muito bem recebidos.
Orador 1 (12:18)
E quando uma pessoa fica muito influente, a ponto de você reconhecer essa influência em outras pessoas, nós dizemos aqui no Brasil que essa pessoa fez escola, ou seja, ela ensinou a outras a atuar ou a se comportar como ela. E o Chacrinha fez escola, porque ele era muito exagerado, muito teatral, e o João Kleber adaptou e adotou também esse estilo. Então, quando você vê ele na TV, o João Kleber, ele faz caras e bocas, ele grita, faz caretas, corre, pula, se joga no chão, ele é realmente muito expressivo. Para algumas pessoas isso é exagerado, é melodramático, mas para outras é ótimo entretenimento. O fato é que, se você conhecer o John Kleber, ou você gosta muito dele, ou você odeia, geralmente as pessoas não ficam indiferentes quanto a ele.
Orador 1 (13:22)
Elas não dizem Para mim, João Kleber nem fede nem cheira, só se a pessoa realmente não o conhecer. Se ela tiver conhecido ele, vai saber e vai ter alguma opinião, ou positiva ou negativa. Além disso, o John Kleber sempre foi muito carismático, é um ponto que eu tenho que dizer. Você olha pra ele, você pensa em um vendedor simpático que não empurra um produto pra você comprar, mas que você acaba querendo ser amigo dele. Tipo, você compra só pela amizade.
Orador 1 (13:58)
E como o John Kleber aposta no entretenimento popular, ou seja, ele simplifica muito do que ele faz, qualquer pessoa que tenha acabado de aparecer no planeta Terra, pode assistir o João Kleber e entender do que se trata. Não é um programa sofisticado, não é nada que vá levar à edificação, ou seja, à elevação moral de uma pessoa. É realmente aquela coisa bem baixa, bem chula, e que você gosta de assistir para não ter de pensar numa vida ocupada, num trabalho chato, nas costas que doem. Ele é realmente um entretenimento muito envolvente.
Orador 1 (14:53)
Ah, e como eu disse, o João Kleber não é lá tão benquisto por todos. E benquisto é uma boa palavra para você dizer que alguém é querido de outras pessoas. É uma palavra só, tá? Dá uma olhada lá na transcrição desse episódio. O João Kleber recebeu muitas críticas, primeiro pelos quadros que foram muito apelativos, como o teste de fidelidade, porque realmente você vai dar uma notícia de economia para falar sobre a taxa de juros e a inflação.
Orador 1 (15:29)
E no outro canal você tem um ator pornô que está seduzindo a esposa de um otário qualquer. Qual dos dois você realmente quer ver? A taxa de juros? Ah, vai lá, né? Eu quero ver o cara ali te seduzindo a esposa do outro e depois eu quero ver briga, briga, briga.
Orador 1 (15:50)
É mais ou menos esse o pensamento. Por ser apelativo, ele apela a coisas muito sensacionalistas, essa foi uma crítica. Outra crítica é de que ele foi acusado de criar situações encenadas. Diziam, por exemplo, que os testes de fidelidade não eram reais. Ali todos eram atores pagos, que iam encenar, ou seja, eles iam fazer como se fosse de verdade, mas sendo de mentira, e aquilo era só para enganar o público.
Orador 1 (16:29)
críticas nesse sentido, mas, pessoalmente, eu não sei se são encenadas ou se foram encenadas. Até porque são coisas que aconteceram há mais de 20 anos. A gente não tem muita documentação fora do mercado de TV. Então, se você for especialista em TV, você vai conseguir encontrar fontes para isso. Mas, para um cidadão médio aqui do Brasil, aquilo ali era muito real, sim.
Orador 1 (16:56)
Só que não é porque é real que a gente quer ver aquilo todo santo dia. E era o que tinha. Todo santo dia a gente via lá um cara fortão pegando a esposa dos outros. E por isso era considerado muito repetitivo, era sempre aquela mesma coisa. Ai, é corno ou não é?
Orador 1 (17:17)
Ai, é corna ou não é? Aquela coisa de sempre. Então, essa repetitividade era outra crítica que o João Kleber recebeu. E, além disso, as pegadinhas dele eram vistas como ofensivas ou insensíveis, coisas que hoje seriam inaceitáveis, como pegadinhas de homossexual ou de pessoas com deficiência física ou de pessoas com algum tipo de transtorno mental. Então, ele fazia piada com todos os grupos sociais, racistas também, que não eram exatamente O cúmulo da moral e dos bons costumes.
Orador 1 (18:02)
Ah, e o cúmulo, quando a gente diz isso em português, é o ponto mais alto ou o ponto mais representativo de algo. Eu posso dizer, por exemplo, que o meu amigo é o cúmulo da paciência. Ele sempre fica muito tranquilo, apesar de seus dez filhos gritarem todos ao mesmo tempo.
Orador 1 (18:32)
E então, como eu disse, agora você percebe porque João Kleber foi tão popular e continua popular. Primeiro, ele entende o gosto do público e adapta os seus programas para manter a audiência. Ele sabe do que o povo gosta, ele sabe o que o povo quer. Então, se você quiser conhecer um comunicador que se identificou muito com o público brasileiro e com o qual o público brasileiro se identifica, conheça o João Kleber. Você não precisa assistir vários programas dele, assista dois, um programa só, uma entrevista, um podcast e você vai entender porque ele ficou tão popular.
Orador 1 (19:14)
Além disso, o estilo exagerado dele e as pegadinhas criam identificação com muitos telespectadores. Eu lembro que na década de... nos anos 2000, ali no começo, meu pai se sentava às vezes para assistir e eu me sentava com meu pai e nós dois assistíamos ao programa. Ou quando eu chegava na casa dos meus amigos, eles diziam, espera um momento, porque eu vou assistir aqui o teste de fidelidade. Então, muitas pessoas se identificavam com aquilo.
Orador 1 (19:43)
E ele criou alguns formatos de programa que marcaram a TV brasileira, como o...
Orador 1 (19:49)
Teste de fidelidade. E mesmo sendo polêmico, o João Kleber conseguiu se manter no ar por décadas. E até hoje, para você ver como ele foi importante, tem gente falando dele como eu. Mas será que o João Kleber é único aqui no Brasil? Claro que não.
Orador 1 (20:11)
Ele teve alguns precedentes aqui, principalmente o Silvio Santos, que faleceu ano passado. Se eu não me engano, foi esse ano, não me lembro. Ele morreu. E o Silvio Santos tinha programas como Topa Tudo por Dinheiro, ele tinha As Pegadinhas do Silvio Santos, que eram programas bem apelativos e muito populares na população aqui, para o brasileiro. Além disso, os brasileiros sempre gostaram muito de programas de auditório, ou seja, são programas em que a audiência está lá no palco com o apresentador.
Orador 1 (20:48)
Um deles foi o Longevo, Domingão do Faustão. E longevo, anote aí, é algo que vive muito tempo. No caso do Domingão do Faustão, ele ficou pelo menos 30 anos na TV. Com o mesmo programa, no mesmo formato, no mesmo horário, no mesmo dia. Ai, era uma coisa chata.
Orador 1 (21:11)
Se você assistisse um Domingão do Faustão, você saberia como todos seriam. Mas era sempre uma coisa legal de se assistir. E também o programa do Ratinho. de que a gente ainda vai falar aqui no nosso Português Cultural, mas era um programa com muita briga, confusão, bagunça, baixaria, todo tipo de indecência que você pudesse pensar, estava lá no programa do Ratinho. Sensacionalismo ao extremo.
Orador 1 (21:38)
Mas o Ratinho foi tão popular que até recentemente ele ainda estava no ar e, se eu não me engano, ele continua no ar. Se ele não estiver na data de gravação desse episódio, o que eu posso dizer é Ele tem muitos programas completos no YouTube, por exemplo, que você pode assistir. E muitos programas no Brasil são de interação com o público. Tem os programas de talk show da tarde, que as pessoas ligam às vezes para o programa, e isso tudo vem um pouco, não com o João Kleber, mas o João Kleber é um representante desse tipo de programa.
Orador 1 (22:28)
Agora, uma coisa que eu venho falando, e eu já mencionei isso em alguns outros episódios, é que a televisão como meio de comunicação já não tem tanta influência aqui no Brasil como ela tinha antigamente. Até os anos de 2012, 13, 14, por ali, quando a televisão ainda tinha mais força, você pode dizer que todos os brasileiros estavam mais ou menos com os mesmos pensamentos. Porque a televisão equalizava, ou seja, deixava tudo igual, igualava os pensamentos de norte a sul do país. Especialmente porque a televisão aberta, que não é a televisão a cabo ou a TV fechada, a televisão aberta tinha um alcance muito maior do que o que tem hoje. Depois que surgiram os serviços de streaming mais populares, como Netflix, hoje a gente tem a Amazon Vídeo, tem outros canais que também chegam e vão, a televisão aberta está perdendo um pouco de espaço.
Orador 1 (23:32)
Entre as pessoas mais velhas, a televisão continua ainda popular, mas com certeza é uma popularidade débil diferente do que era antigamente. E esses vídeos que faziam sucesso, aliás, esses programas que faziam sucesso na televisão, migraram para o YouTube e nas redes sociais. Eles ficaram mais curtos, mais sucintos, mas continuam muito atrativos. É tanto que se você assistir os videocasts, que são os podcasts em vídeo, muito populares aqui no Brasil, muitos deles tem alguma influência desses programas antigos na TV. Eles são exagerados, são apelativos, extremamente controversos e que tem um público fiel.
Orador 1 (24:23)
Então, esse tipo de programa que existia na época da televisão aberta, continua num formato diferente, mas presente em espírito. Basicamente a mesma coisa.
Orador 1 (24:42)
Então, para recapitular, nós falamos um pouco sobre o apresentador radialista João Kleber. Falamos um pouquinho só sobre o programa dele, o João Kleber Show, e falamos sobre o quadro mais popular que ele teve até hoje, que foi o teste de fidelidade. Também falamos sobre as pegadinhas que eram presentes nos programas do João Kleber. Você sabe que ele foi influenciado pelo Chacrinha, um grande comunicador brasileiro, que até hoje continua popular, entre os mais velhos, claro. Os mais jovens já não conhecem mais o Chacrinha, porque o Chacrinha viveu na época dos dinossauros, basicamente.
Orador 1 (25:25)
A gente viu por que o João Kleber se destacava, por ser exagerado, teatral, dramático, por usar bordões, que são muito populares. Ele tem um estilo muito polêmico. e entende bastante do povo. A gente também viu porque aqui ele era criticado por criar situações encenadas, usar programas ou quadros muito apelativos e ser bastante ofensivo até pra época. Hoje é inaceitável, mas na época já era ofensivo.
Orador 1 (26:00)
E a gente viu também que não foi o João Kleber quem começou esse tipo de coisa, e sim é uma característica do entretenimento na TV brasileira. Os programas mais populares são aqueles mais simples, que apelam aos instintos mais baixos das pessoas. Você quer ver violência, sexo, drogas ou perdição, tudo lá na TV e lá tem tudo pra você. Ou melhor, tinha, porque os tempos mudaram, mas ainda assim tem muito brasileiro que formou o seu pensamento naquela época. E é por isso que é tão importante você conhecer esse tipo de coisa.
Orador 1 (26:35)
As pessoas com quem você se relaciona conhecem esse tipo de coisa e, em parte, formam o espírito da cultura popular moderna brasileira, especialmente aquela influenciada pela televisão. Agora, dê uma olhada na transcrição desse episódio. E se tiver qualquer pergunta, pode sempre falar comigo. Até o próximo Português Cultural! Tchau, tchau!