Coração

Nov 14, 2024

Recordar é voltar ao coração. E o coração irradia magnetismo e vibração que vai até ao cérebro e envolve todo o sistema dentro e ao redor. O toróide, o elemento que produz campo magnético ao conduzir a corrente elétrica.

A vida conta-nos cada pequeno passo com tudo o que nos sucede. Traz-nos espelhos de fora para que possamos vir dentro e resolver a obscuridade que levamos.

Há muito para sanar e resolver. E vou recordando e regressando-me. E sendo devolvida ao mistério, aos desafios, às ondulações e circunstâncias.

E aprofundo-me para descobrir que há mais capas, dores por iluminar, cargas por soltar e padrões para descondicionar.

E sempre que me recordo sou devolvida a mais humildade e o ego sempre leva mais uma paulada no orgulho de querer controlar, medir e ter a razão.

E vem a coragem de me denunciar, nas expetativas e exigências. O confronto com os medos, carências, debilidades e dúvidas. Encontrar espaço para expressar, para que tudo emerja sem vergonhas, sem querer esconder ou livrar-me do que quer que fosse.

Reconhecer, recordar, mostrar-me. Não ao mundo, mas a mim. Revelar-me e assumir que posso receber tudo que de mim venha.

O que ainda é difícil, que não há pressa. Que posso tomar conta, acompanhar. Isso é auto-compaixão. E também recordar que sou coração. Que me levo dentro. Que tudo posso sentir e deixar ir. Nada para identificar nem apegar e permitir que suceda.

Acalmar as aflições. Seguir respirando, confiando nos ritmos, na luz que destapa o obscuro. E poder ficar para amar.

Escolher amar, escolher ficar e receber-me. É uma decisão. A melhor que posso tomar em amor por mim.

Sempre peço na minha oração à mãe e ao pai, quero recordar-me. E na verdade não há como saber o caminho que implica essa recordação. As tormentas que precisam de ser atravessadas, os véus que precisam de ser destapados. As mortes, as perdas, os lutos, a transformação que te é pedida. E tudo é caminho de regresso ao sentir, ao pulsar do coração da vida. Para que as couraças possam derreter.

E se quando tudo parece escuro e apetece desistir, recordo que me quero recordar, que sou mais do que este veículo, que sou Luz e preciso recordar que ilumino, que levo dentro o amor que me sana, que sou regeneração. Dádiva e benção que veio para acrescentar, para ser e brilhar. Toco tambor fora, e uso o corpo para tocar também para que no toque sinta a vibração e o calor.

Preciso-me recordar, preciso-me sentir que me levo dentro. E repito-me. E na repetição torno-me oração e invocação. Lanço-me aos céus e saio desta mente que quer perceber. Há sempre mais por render e confiar.

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