Ao aceitar o convite desta leitura, aceitamos vaguear pelo “espectáculo de uma alma que se descobre até à carne viva.” conforme o prefácio de Pedro Elston. Carne viva! A descrição mais precisa das frases soltas, das confissões, dos desenhos e das deambulações para os quais a autora nos remete à procura de si própria.
A leitura deste livro é mais do que uma modesta leitura. É uma intensa interpretação de vida em poemas e desenhos, uma minuciosa viagem ao passado e, por consequência, um profundo situar-se no presente.
Este livro chegou até mim através da sua autora, Rosa do Rio. Trocámos mails e ficámos de nos conhecer ao vivo e a cores após as restrições pandémicas, no passado 13 de janeiro de 2021, que nos voltaram a limitar as nossas atuações exteriores.
Nos mails trocados, a Rosa mencionou a frase de uma publicidade que a Europa estava a fazer em relação a Portugal. Encontrava-me na altura em França, ela na Bélgica. Era maio e eu já estava em contagem decrescente para as férias de verão, altura em que regressava a Portugal e onde permanecia 2 meses. A única publicidade de que me lembro dizia "Portugal, pays où le noir est couleur."
Quais as probabilidades da frase de uma publicidade a whisky ser lembrada por duas pessoas distantes nas idades, nas vivências e na geografia?